19.2.22

Acordai !

 

(https://www.youtube.com/watch?v=TedX_kY0yVo)


Acordai
Acordai
Homens que dormis
A embalar a dor
Dos silêncios vis
Vinde no clamor
Das almas viris
Arrancar a flor
Que dorme na raíz
Acordai
Acordai
Raios e tufões
Que dormis no ar
E nas multidões
Vinde incendiar
De astros e canções
As pedras do mar
O mundo e os corações
Acordai
Acendei
De almas e de sóis
Este mar sem cais
Nem luz de faróis
E acordai depois
Das lutas finais
Os nossos heróis
Que dormem nos covais
Acordai !

Fernando Lopes-Graça & José Gomes Ferreira
(http://www.comsonante.org/sites/default/files/acordai.pdf)


9.10.16

consistency of man

(thegreekkeysociety.blogspot.com)

"(...)
Gideon - the first record of war is from 2700 b.C... probably not the first war, but before that didn't exist writing.
Aaron - men are killing each other for almost 5000 years...
Gideon - its the only thing that they are consistently good at!"

in Criminal Minds (AXN)

5.12.15

O vencedor

(http://www.iamag.co/features/47-ronin-the-way-of-the-warrior/)

Existem cinco factores que permitem que se preveja qual dos oponentes sairá vencedor:
Aquele que sabe quando deve ou não lutar;
Aquele que sabe como adoptar a arte militar apropriada de acordo com a superioridade ou inferioridade de suas forças frente ao inimigo;
Aquele que sabe como manter seus superiores e subordinados unidos de acordo com suas propostas;
Aquele que está bem preparado e enfrenta um inimigo desprevenido;
Aquele que é um general sábio e capaz, em cujas decisões o soberano não interfere.

Sun Tzu in A Arte da Guerra

10.11.14

... um justo apenas


(http://gilsonsantosdotcom.files.wordpress.com/2013/06/abraham-angels-b-e-murillo_thumb.jpg?w=504&h=454)

Abraão aproximou-se e disse: «E será que vais exterminar, ao mesmo tempo, o justo com o culpado? Talvez haja cinquenta justos na cidade; matá-los-ás a todos? Não perdoarás à cidade, por causa dos cinquenta justos que nela podem existir? Longe de ti proceder assim e matar o justo com o culpado, tratando-os da mesma maneira! Longe de ti! O juiz de toda a Terra não fará justiça?»
O SENHOR disse: «Se encontrar em Sodoma cinquenta justos perdoarei a toda a cidade, por causa deles.» 
Abraão prosseguiu: «Pois que me atrevi a falar ao meu Senhor, eu que sou apenas cinza e pó, continuarei. Se, por acaso, para cinquenta justos faltarem cinco, destruirás toda a cidade, por causa desses cinco homens?» 
O SENHOR respondeu: «Não a destruirei, se lá encontrar quarenta e cinco justos.»
Abraão insistiu ainda e disse: «Talvez não se encontrem nela mais de quarenta.» 
O SENHOR disse: «Não destruirei a cidade, em atenção a esses quarenta.» 
Abraão voltou a dizer: «Que o Senhor não se irrite, por eu continuar a insistir. Talvez lá se encontrem trinta justos.» 
O SENHOR respondeu: «Se lá encontrar trinta justos, não o farei.» 
Abraão prosseguiu: «Perdoa, meu Senhor, a ousadia que tenho de te falar. Talvez não se encontrem lá mais de vinte justos.» 
O SENHOR disse: «Em atenção a esses vinte justos, não a destruirei.» 
Abraão insistiu novamente: «Que o meu Senhor não se irrite; não falarei, porém, mais do que esta vez. Talvez lá não se encontrem senão dez.» 
E Deus respondeu: «Em atenção a esses dez justos, não a destruirei

Gn 18, 23-32

22.3.14

O Infante



Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!

Fernando Pessoa in Mensagem

27.6.10

elementares formas

(http://www.mondomarefestival.it/contentmanager_data/images/F21052008121317.jpg)

Há no ser humano, como animal que é, um instinto incontrolável que o impede de assumir o inevitável e o leva a desencadear uma luta desesperada e inútil contra a morte, a qual só prolonga a agonia. Esse impulso da espécie faz-nos esquecer as mais elementares formas de bem morrer.
Miguelanxo Prado in De Profundis

20.6.10

... Não, não é.

A vida não é fácil.
Como se pode esperar que nos comportemos adequadamente, escolhamos as decisões correctas e demos as respostas certas, se nunca há tempo para ensaios e os dias se vão empurrando uns aos outros numa sucessão vertiginosa, sem um momento sequer para descanso da companhia?
Ainda por cima não nos é dado a ler o guião, ninguém sabe o que lhe está reservado, se ser coroado imperador ou nunca passar de segundo oficial de secretaria.
Chegar a nonagenário ou morrer numa queda de bicicleta logo a meio do primeiro acto.
Herdar uma fortuna de um parente desconhecido ameio do segundo acto ou ter de trabalhar arduamente até ao cair do pano.
Há quem não perceba sequer quando termina o seu papel e insista em ficar em cena muito depois de já não ter nada para dizer, esbarrando no cenário e atrapalhando os outros actores.
Que passos dar, se não há marcas no palco?
Onde devemos meter as mãos enquanto não chega a nossa deixa? Devemos cruzar os braços, assobiar para o lado ou fuma um cigarro?
E como ter a certeza de que chegou a nossa deixa?
Habitualmente não há respostas para estas perguntas e resta-nos improvisar: fingimos saber o que queremos e lá vamos, evitando tropeçar nos adereços e tentando aviar as réplicas num tom que pretendemos convincente, mas que resulta quase sempre presumido.
A vida não é fácil [...]
José Carlos Fernandes e Luís Henriques in A Metrópole Feérica (Terra Incógnita, volI)