29.11.05

Cântico Negro

“Vem por aqui” – dizem-me alguns com olhos doces.
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: “vem por aqui”!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há nos meus olhos ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali…

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha Mãe.

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos…
Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Porque me repetis: “vem por aqui”?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí…

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis machados, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós.
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos…


Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a como um facho a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios…

Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: “ vem por aqui”!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou…
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
- Sei que não vou por aí!

José Régio in Poemas de Deus e do Diabo

27.11.05

Acima de tudo, o amor

Ainda que eu falasse línguas,
as dos homens e dos anjos,
se não tivesse amor,
seria como sino ruidoso
ou como címbalo estridente.
Ainda que tivesse o dom da profecia,
o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência;
ainda que tivesse toda a fé,
a ponto de transportar montanhas,
se não tivesse amor,
nada seria.
Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos,
ainda que entregasse o meu corpo às chamas,
se não tivesse amor,
nada disso me adiantaria.
O amor é paciente,
o amor é prestativo;
não é invejoso, não se ostenta,
não se incha de orgulho.
Nada faz de inconveniente,
não procura o seu próprio interesse,
não se irrita,
não guarda rancor.
Não se alegra com a injustiça,
mas regozija-se com a verdade.
Tudo desculpa, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais passará.
As profecias desaparecerão,
as línguas cessarão,
a ciência também desaparecerá.
Pois o nosso conhecimento é limitado;
limitada é também a nossa profecia.
Mas, quando vier a perfeição,
desaparecerá o que é limitado.
Quando eu era criança,
falava como criança,
pensava como criança,
raciocinava como criança.
Depois que me tornei adulto,
deixei o que era próprio de criança.
Agora vemos como em espelho e de maneira confusa;
mas depois veremos face a face.
Agora o meu conhecimento é limitado,
mas depois conhecerei como sou conhecido.
Agora, portanto, permanecem estas três coisas:
a fé, a esperança e o amor.
A maior delas, porém, é o amor.
1 Cor 13, 1-13

24.11.05

Peso ou Leveza?

O eterno retorno é uma ideia misteriosa de Nietzsche que, com ela, conseguiu dificultar a vida a não poucos filósofos: pensar que, um dia, tudo o que se viveu se há-de repetir outra vez e que essa repetição se há-de repetir ainda uma e outra vez, até ao infinito! Que significado terá este mito insensato?
O mito do eterno retorno diz-nos, pela negativa, que esta vida, que há-de desaparecer de uma vez por todas para nunca mais voltar, é semelhante a uma sombra, é desprovida de peso, que, de hoje em diante e para todo o sempre, se encontra morta e que, por muito atroz, por muito bela, por muito esplêndida que seja, essa beleza, esse horror, esse esplendor não têm qualquer sentido. [...]
[...]
Se cada segundo da nossa vida tiver de se repetir um número infinito de vezes, ficamos pregados à eternidade como Jesus Cristo à cruz. Que ideia atroz! No mundo do eterno retorno, todos os gestos têm o peso de uma insustentável irresponsabilidade. Era o que fazia Nietzsche dizer que a ideia do eterno retorno é o fardo mais pesado (das schwerste Gewicht).
Se o eterno retorno é o fardo mais pesado, então, sobre tal pano de fundo, as nossas vidas podem recortar-se em toda a sua esplêndida leveza.
Mas, na verdade, será o peso atroz e a leveza bela?
O fardo mais pesado esmaga-nos, verga-nos, comprime-nos contra o solo. Mas, na poesia amorosa de todos os séculos, a mulher sempre desejou receber o fardo do corpo masculino. Portanto, o fardo mais pesado é também ao mesmo tempo, a imagem do momento mais intenso de realização de uma vida. Quanto mais pesado for o fardo, mais próxima da terra se encontra a nossa vida e mais real e verdadeira é.
Em contrapartida, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, fá-lo voar, afastar-se da terra, do ser terrestre, torna-o semi-real e os seus movimentos tão livres quanto insignificantes.
Que escolher, então? O peso ou a leveza?
Foi a questão com que se debateu Parménides, no século VI, antes de Cristo. Para ele, o universo estava dividido em pares de contrários: luz-sombra; espesso-fino; quente-frio; ser-não ser. Considerava que um dos pólos da contradição era positivo (o claro, o quente, o fino, o ser) e o outro, negativo. Esta divisão em pólos positivos e negativos pode parecer de uma facilidade pueril. Excepto num caso: o que é positivo: o peso ou a leveza?
Parménides respondia que o leve é positivo e o pesado, negativo. Tinha razão ou não? O problema é esse. Mas uma coisa é certa: a contradição pesado-leve é a mais misteriosa e ambígua de todas as contradições.
Milan Kundera in A Insustentável Leveza do Ser (1ªparte - cap1&2)

23.11.05

O Mundo Perfeito

Deus das almas vagabundas, Deus fugido dos deuses, atende-me. Tu, destino que proteges espíritos loucos e errantes como o meu, escuta-me.
Vivo no meio de uma raça de homens perfeitos.
Eu, o mais imperfeito de todos os homens.
Eu, um caos humano, uma nebulosa de confusão, movo-me entre mundos perfeitos, entre povos regidos por leis exemplares, que seguem uma ordem pura; de pensamentos catalogados, de sonhos ordenados, de visões inscritas e registadas.
As suas virtudes, meu deus, estão medidas, os seus pecados estão calculados com peso e medida, e até os inumeráveis actos que acontecem no crepúsculo – o que não é pecado nem virtude – estão registados.
Aqui, os dias e as noites dividem-se em períodos exactos, e as estações são governadas por normas de precisão impecável. Comer, beber, dormir, vestir, e depois cansar-se. Tudo a seu tempo. Trabalhar, jogar, cantar, depois entregar-se ao descanso, tudo na hora que o relógio determina.
Pensar e sentir de modo definitivo e programado depois de pensar e sentir quando certa estrela sobe ao longínquo horizonte. Roubar o vizinho com um sorriso, dar uma prenda com gesto gracioso, louvar com prudência, censurar com cautela, destruir uma alma com uma só palavra, queimar um corpo com um sopro, e a seguir lavar as mãos uma vez cumprida a tarefa diária.
Amar de acordo com a ordem estabelecida, divertir-se segundo o que se combinou, adorar adequadamente os deuses, enganar o diabo com artifícios e depois esquecer tudo como se a memória tivesse morrido. Imaginar com um fim determinado, projectar certas considerações, ser feliz com discrição, sofrer com nobreza, depois de esvaziar a taça para no dia seguinte poder enchê-la de novo.
Todas estas coisas, meu Deus, estão concebidas com precisão, criadas pela vontade, mantidas com cuidado, governadas com regras, dirigidas pela razão e depois mortas e enterradas. E até os seus túmulos salientes que moram na alma humana têm cada um o seu número e a sua marca.
É um mundo perfeito, um mundo de excelência consumada, um mundo de coisas supremas e maravilhosas. O fruto mais maduro do Paraíso, o pensamento que rege o universo.
Mas, porque tenho eu de viver nele, meu Deus?
Eu que sou a imatura semente de uma paixão insatisfeita, louco vendaval que não vai para Oriente, nem para Ocidente, fragmento aturdido de um planeta que sucumbiu envolto em chamas.
Porque estou eu aqui?, Meu Deus.
Khalil Gibran in O Louco

21.11.05

...

Só uma vez fiquei mudo:
quando alguém me perguntou:
"Quem és tu?".
Khalil Gibran in Areia e Espuma

20.11.05

O Peixe e o Mar

Uma vez pediram a um peixe para falar do mar.
- Fala-nos do mar - disseram-lhe.
- Dizem que é muito grande o mar, respondeu o peixe. Dizem que sem ele morreríamos. Não sou o peixe mais indicado para vos falar do mar. Eu, do mar, o que conheço bem são só estes dez metros à superfície. É só deles que vos posso falar. É aqui que passo o meu tempo, quase sempre distraído. Ando de um lado para o outro, à procura de comida ou simplesmente às voltas com o meu cardume. No meu cardume não se fala do mar. Fala-se das algas, das rochas, das marés, dos peixes grandes e perigosos, dos peixes pequenos e saborosos e de que temperatura fará amanhã. O meu cardume é assim: eles vão e eu vou atrás deles.
- Mas tu, que és peixe, nunca sentiste o mar?
- Creio que o sinto, às vezes, ao passar-me nas guelras. Umas vezes sinto-o, outras não. Às vezes sinto-o, quando não me distraio com outras coisas. Fecho os olhos e fico a sentir o mar. Isto tudo de noite, claro, para que os outros não vejam. Diriam que sou louco por dar tempo ao mar.
- Conheces o mar, portanto. Podes falar-nos do mar?
- Sei que é grande e profundo, mas não vos quero enganar. Sei de peixes que já desceram ao fundo do mar. Quando os ouvir falar percebi que não conheço o mar. Perguntem-lhes a eles, que vos saberão falar do mar. Eu nunca desci muito fundo. Bem, talvez uma ou duas vezes... Um dia as ondas eram tão fortes que eu tive de me deixar levar muito fundo, para não morrer. Nunca lá tinha estado e nunca esquecerei que lá estive. Apenas vos sei falar bem da superfície do mar...
- Foi mau, quando descestes? Por que voltastes à superfície?
- Não foi mau. Foi muito bom. Havia muita paz, muito silêncio. Era como se fosse lá a minha casa, como se ali eu estivesse inteiro.
- Por que não voltaste lá ao fundo? Por preguiça?
- Às vezes acho que é preguiça, outras vezes acho que é medo.
- Medo? Mas tu disseste que era bom? Medo de quê?
- Medo do desconhecido, medo de me perder. Aqui à superfície já estou habituado. Adquiri um certo estatuto para mim mesmo. Controlo as coisas ou, pelo menos, tenho a sensação de as controlar. Lá em baixo não sei bem o que me pode acontecer. Estou todo nas mãos do mar.
- Tiveste medo, quando chegaste ao fundo do mar?
- Não tive medo algum. Era tudo muito simples... E no entanto agora tenho medo... Mas eu não cheguei ao fundo do mar! Apenas estive menos à superfície.
- E que dizem os outros, os que lá estiveram?
- Dizem coisas que eu não entendo. Dizem que é preciso ir para perceber. E dizem que nada há de mais importante na vida de um peixe.
- E explicam como se vai?
- Aí é que está. Explicam que não se chega lá por esforços, que só podemos fazer esforço em deixar-nos ir. Que é só o mar que nos leva ao mar.
Então veio uma corrente mais forte que o fazia descer. O peixe tentou lutar contra ela com quantas forças tinha, à medida que via distanciarem-se as coisas da superfície. Talvez para sempre... Mas depois fechou os olhos, confiou e já sem medo deixou-se ir.
Nuno Tovar de Lemos, s.j. in O Príncipe e a Lavadeira

19.11.05

O Louco

Sabem como fiquei louco?
Há muito tempo, muito antes de terem nascido os deuses, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas.
As sete máscaras que tinha fabricado meticulosamente tinham desaparecido.
Sem nenhuma máscara saí para a rua cheia de gente a gritar: Ladrões! Malditos ladrões!
Todos se riram de mim, mas alguns fugiram e fecharam-se em casa com medo.
Quando cheguei à praça principal uma criança que estava sobre o telhado de uma casa gritou: "Olhem é um louco!"
Voltei a cabeça para o ver e pela primeira vez o sol encontrou o meu rosto sem máscara.

O sol iluminou ao mesmo tempo o meu rosto e a minha alma.
A partir desse dia nunca mais usei máscaras, e agora agradeço todos os dias ao ladrão que me a roubou.

Agora que já sabem como me tornei num louco, posso confessar-lhes que encontrei muita liberdade e segurança na minha loucura.
A liberdade da solidão e a segurança de nunca ser compreendido (aqueles que nos compreendem fazem de nós escravo).
No entanto sei que não posso orgulhar-me desmasiado da minha segurança, pois nem o ladrão encarcerado está livre de encontrar outro ladrão.
Khalil Gibran in O Louco

17.11.05

Processo de Libertação

Há coisas exteriores a nós que nos tiram ou limitam a liberdade; mas o que, verdadeiramente nos escraviza, caminha, a maior parte das vezes connosco, porque está em nós.
Todos os dias, os que querem, com verdade, ser livres, estão e travam uma luta contínua, porque a libertação interior tem grandes custos.
Nada nem ninguém nos torna verdadeiramente livres, a não ser Jesus Cristo; mas o Cristo que passou pela Sexta-feira da Paixão, antes de atingir a manhã florida da Ressurreição.
É com Ele que aprendemos e caminhamos.
E sabemos que foi a grande força do amor e da obediência que O fez merecer o título indiscutível de Senhor.
Assim nos ensina que o ódio ou a indiferença nos tiram a capacidade de sermos livres; assim nos ensina que o perdão liberta interiormente; assim nos ensina que só tem direito ao perdão aqueles que sabem perdoar; e também nos ensina que a medida do perdão tem de ter o tamanho do coração, isto é, do amor.
Quem ama, de verdade e sempre; quem é capaz de perdoar setenta vezes sete, esse está no processo de libertação, de paz, de tranquilidade; só o Amor liberta.
Pe. João Gonçalves in "Diálogo", 1039

Compaixão

Em todas as línguas derivadas do latim, a palavra compaixão forma-se com o prefixo «com» e a raiz «passio» que, na sua origem, significa sofrimento. Noutras línguas, como , por exemplo, em checo, em polaco, em alemão, em sueco, a palavra traduz-se por um substantivo formado por um prefixo equivalente seguido da palavra «sentimento» (em checo: sou-cit; em polaco: wspol-czucie; em alemão: Mit-gefühl; em sueco: méd-känsla).
Nas línguas derivadas do latim, a palavra compaixão significa que ninguém pode ficar indiferente ao sofrimento de outrem; ou, de outra maneira: sente-se sempre simpatia por quem sofre. Outra palavra que tem mais ou menos o mesmo sentido, e que é piedade (em inglês pity, em italiano pietà, etc.) chega até a sugerir uma espécie de indulgência para com o ser que sofre. Ter piedade de uma mulher é sermos mais favorecidos do que ela, é inclinarmo-nos, baixarmo-nos até ela.
Por isso é que a palavra compaixão inspira geralmente uma certa desconfiança; designa um sentimento considerado como de segunda ordem e que não tem grande coisa a ver com o amor. Amar alguém por compaixão é de facto não amar essa pessoa.
Nas línguas em que a palavra compaixão não se forma com a raiz «passio=sofrimento» mas com o substantivo «sentimento», a palavra é empregue mais ou menos no mesmo sentido, mas dificilmente se pode dizer que designa um sentimento mau ou medíocre. A força secreta da sua etimologia banha a palavra de uma outra luz e dá-lhe um sentido mais lato: ter compaixão (co-sentimento) é poder viver com o outro não só a sua infelicidade mas sentir também todos os seus outros sentimentos: alegria, angústia, felicidade, dor.
Esta compaixão (no sentido de soucit, wspolczucie, Mitgefühl, médkänsla) designa, portanto, a mais alta capacidade de imaginação afectiva, ou seja, a arte da telepatia das emoções. Na hierarquia dos sentimentos, é o sentimento supremo.
(...)
Milan Kundera in A Insustentável Leveza do Ser (1ª parte – cap.9)

16.11.05

Sabes amigo?!

Sabes amigo!...
Eu já precisei de ti:
E tu não estavas...
Já precisei de ouvir a tua voz:
E tu não estavas!
Já precisei do teu apoio:
E tu não estavas...
Já precisei de ajuda:
E tu não estavas!
Já precisei de desabafar:
E tu não estavas...
Já precisei do teu colo:
E tu não estavas!
Já precisei de carinho:
E tu não estavas...
Não tinhas tempo!
Estavas muito ocupado:
Com a tua vida,
Com os teus problemas,
Com o teu ego...
E não me ouviste!
Ser amigo é isso mesmo?
É não ter quem nos ouça,
Quando precisamos...
Quem nos dê colo,
Quando pedimos!
Sabes amigo!
Talvez, já não precise mais de ti...
Talvez, seja tarde demais!
Que pena!
Agora que tinhas,
Todo o tempo do mundo!...
Isabel Cardoso, in Destak

15.11.05

Jer 20, 7-9

Vós me seduzistes, Senhor, e eu deixei-me seduzir;
Vós me dominastes e vencestes.
Em todo o tempo sou objecto de escárnio,
toda a gente se ri de mim;
porque sempre que falo é para gritar e proclamar:
«Violência e ruína!»
E a palavra do Senhor tornou-se para mim
ocasião permanente de insultos e zombarias.
Então eu disse:
«Não voltarei a falar n’Ele,
não falarei mais em seu nome».
Mas havia no meu coração um fogo ardente,
comprimido dentro dos meus ossos.
Procurava contê-lo, mas não podia.

13.11.05

...está escrito... por quem sabe...

Há sempre pessoas que dizem as coisas melhor do que nós...
Já estão escritas...
É fácil ler... mas será fácil entender o que os outros escreveram?
....
Quem me conhece sabe que leio... o suficiente...
Daí saem pensamentos, textos, ideias, ideologias... bem... de tudo um pouco...
Nada é da minha autoria...
Mas a riqueza da partilha do que se lê pode ser bem equivalente à riqueza da partilha do que se vive...
Aqui ficarão textos... já escritos (Maktub)... por outros... muitos outros... para partilhar; porque num momento ou outro da minha vida foram importantes, porque me marcaram...
... Marcaram com tinta de imprensa... o livro da vida em que cada um escreve... ou será que já está escrito?!