28.6.06

Cólera

Os judeus não foram os únicos que se indignaram; a conversão de certos pagãos também escandaliza os demais. A cólera faz com que os dois partidos se juntem contra os intrusos. Decidem apanhá-los e, muito simplesmente, lapidá-los.[...]
O rumor deste sucesso chegou a Iconium, onde se abateu como uma chicotada sobre a comunidade judaica que pensava ter-se desembaraçado daqueles loucos. Os judeus de Iconium precipitaram-se para Listra no intuito de esclarecer os incautos e pôr fim àquela impostura. A sua cólera comunica-se aos outros. Num ápice os habitantes de Listra mudam de opinião. Paulo é o principal objecto do seu ódio, pois ao curar o aleijado levou-os a trilhar um mau caminho!
Prendem-no e afastam Barnabé, que vinha em seu socorro. Tomados de fúria, os de Iconium perguntam-lhes o que querem fazer daquele falso Hermes.
A resposta chega sem ambiguidades:
- Lapidá-lo!
Será possível que nesse momento Paulo não se tenha lembrado do calvário do infeliz Estêvão? Tal como ele, foi arrastado para fora da cidade e atirado ao chão. Os executores apanham pedras e a avalanche abate-se sobre ele. Quando os habitantes de Listra e os judeus que suscitaram a ira contra ele viram Paulo inanimado pensaram que estava morto. Foram-se então embora, abandonando o homem que jazia de borco.
Firmes na sua nova fé, os primeiros cristãos convertidos acorrem na peugada deBarnabé. Debruçam-se sobre Paulo. O coração ainda bate. A cabeça está intacta. Aparentemente não tem ferimentos graves. Escapar a uma lapidação é algo quase inédito.
Alain Decaux in O Aborto de Deus (cap.VI)

14.6.06

aquarela


Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo.
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo.
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva.
E se faço chover, com dois riscos tenho um guarda-chuva.
Se um pinguinho de tinta cair num pedacinho azul do papel.
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu.
Vai voando, contornando a imensa curva norte e sul
vou com ela viajando o Havaí, Pequim ou Stambul.
Pinto um barco à vela branco navegando
é tanto céu e mar num beijo azul.
Entre as nuvens vem surgindo um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo com suas luzes a piscar.
Basta imaginar e ele está partindo, sereno e lindo
E se a gente quiser....... Ele vai pousar.
Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida.
Com alguns bons amigos, bebendo de bem com a vida.
De uma América a outra eu consigo passar num segundo.
giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo.
Um menino caminha e caminhando chega no muro
e ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está.
E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar.
Não tem tempo nem piedade, nem tem hora de chegar.
Sem pedir licença muda nossa vida
e depois convida a rir ou chorar.
Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá.
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar.
Vamos todos numa linda passarela
de uma aquarela que um dia em fim
Descolorirá....
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo ... descolorirá
e com cinco ou seis retas é facil fazer um castelo ... descolorirá
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo..descolorirá.

by Vinícius e Toquinho
http://www.laboratoriodedesenhos.com.br/aquarela.htm
(Copyright©Editora Delta Mundo da Criança Produção: Laboratório de Desenhos)